Diego Souza fez |
Compreensível que, após estar vencendo por 2 a 0 em São Januário, o gol sofrido diante do Lanús tenha criado certa insegurança na torcida do Vasco. Mas há muitos motivos para ter confiança num desfecho feliz nesta quarta-feira, em Buenos Aires, no estádio La Fortaleza, onde o time decide o seu futuro na Libertadores. Além da superioridade técnica, o Vasco tem o empate a favor no confronto das 22h (horário de Brasília) para chegar às quartas de final. E na maioria das vezes em que atuou na Argentina em competições sul-americanas, o clube voltou com resultados que, hoje, bastariam para manter vivo o sonho do bicampeonato da Libertadores.
No mesmo horário, outro brasileiro decide seu futuro. No Pacaembu, o Corinthians enfrenta o Emelec e, após o 0 a 0 do Equador, precisa vencer. Empate com gols classifica os equatorianos. Um novo 0 a 0 leva a decisão para os pênaltis.
É verdade que o retrospecto do Vasco contra argentinos no torneio não é dos melhores. A vitória de 2 a 1 da última quarta-feira foi apenas a segunda do time na história da Libertadores. Jogando na Argentina, foram três empates e duas derrotas. No entanto, muita coisa pesa a favor do Vasco. Ao todo, considerando partidas de Libertadores, Copa Mercosul e Copa Sul-Americana, o clube já jogou 14 vezes no país vizinho. Em nove, voltou ao Brasil sem perder — foram três vitórias e seis empates —, o que hoje será o bastante. Em dez destes jogos o time fez gol, o que hoje servirá para obrigar o Lanús a marcar pelo menos duas vezes. O Vasco se classifica com vitória ou empate. Caso perca por 2 a 1, o jogo vai para os pênaltis. Se perder por um gol de diferença, mas fizer ao menos dois gols, estará classificado também. O Vasco estará eliminado com derrotas por 1 a 0 ou por dois ou mais gols de diferença. Nas 14 visitas à Argentina em competições sul-americanas, somente em cinco o time sofreu derrotas que o eliminariam nesta quarta-feira.
Mas, para quem contesta o peso da história, o presente também pode ser animador. Em 2012, o Vasco já disputou 27 partidas e, em todas elas, marcou ao menos um gol. Jogando fora do Rio de Janeiro na Libertadores, pela fase de grupos, venceu o Alianza Lima por 2 a 1, os uruguaios do Nacional por 1 a 0 e empatou em 1 a 1 com o Libertad, no Paraguai.
— Os times estão se acostumando a jogar fora de casa. Não é mais um bicho papão. Até os jovens têm ficado tranquilos — disse Diego Souza.
Se este Vasco se habituou a suportar pressões e as armadilhas próprias da Libertadores jogando fora de casa, terá que lidar também com os seus próprios problemas para sair de Buenos Aires classificado. A começar pelo fato de jogar mais uma vez sem seu melhor zagueiro. Dedé continua fora do time e Rodolfo seguirá como titular, ao lado de Renato Silva. Nesta terça-feira, o time ficou sabendo que não poderia fazer o treino de reconhecimento do gramado do La Fortaleza. A diretoria do Lanús argumentou que não havia nada agendado para que o Vasco utilizasse o campo. A direção vascaína, no entanto, garante que foi feito um acordo no Rio de Janeiro, na semana passada, para que houvesse o treino de reconhecimento. O Vasco usaria o campo na noite de terça. Mas o Lanús informou que, neste horário, era o clube argentino que faria seu treino. O Vasco usou um campo anexo da Bombonera, estádio do Boca Juniors.
No jogo de ida, o Lanús não programara treino em São Januário na véspera do jogo. No entanto, ao chegar ao Rio, em função da forte chuva, não pôde usar o CFZ, conforma programara. Em cima da hora, os argentinos pediram ao Vasco para treinar em São Januário e o clube brasileiro alegou que, em função do feriado, não havia funcionários suficientes trabalhando, o que teria impedido a abertura do estádio.
Chance histórica para o Lanús
Se o jogo tem o peso de uma decisão para o Vasco, também tem para o técnico Cristóvão Borges, pressionado pela torcida desde o jogo de ida, no Rio. Na ocasião, ele foi vaiado após o fim da partida, em especial por ter sacado Felipe no segundo tempo para a entrada de Fellipe Bastos, logo após o Vasco sofrer o gol do Lanús.
— Aquilo foi um fato isolado e pode acontecer outras vezes... ou não. Não vai ter gosto especial (caso o Vasco se classifique). Vou ficar muito feliz porque o Vasco passou — disse Cristóvão ao site “Globoesporte.com”.
Seja ou não pela pressão, Cristóvão mudou de opinião em relação ao time que vai a campo. Antes da viagem, anunciou que manteria o time que venceu o Lanús no Rio, com Felipe e Juninho Pernambucano juntos no meio-campo. Em Buenos Aires, através da assessoria de imprensa, avisou que, ao assistir a vídeos de jogos do time argentino, observou que o rival joga em casa de forma diferente da usada como visitante. Não disse, no entanto, o que mudará no time. Especula-se que Fellipe Bastos pode entrar no lugar de Juninho.
O Lanús, embora não seja um clube dos mais populares, entra em campo sob forte mobilização de sua torcida. O jogo contra o Vasco é tratado como uma “ocasião histórica”, já que pela primeira vez a equipe pode chegar às quartas de final da Libertadores. O time argentino deve levar a campo uma formação muito ofensiva.
— Estamos ansiosos porque podemos fazer história. Precisamos jogar com muita agressividade o tempo todo, pressionando no campo do adversário. Sabemos da importância do gol que fizemos no Brasil, mas qualquer resultado pode acontecer — disse o meia Valeri, capitão do Lanús.
Lanús x Vasco
Local: La Fortaleza
Horário: 22h
Lanús: Marchesín, Araujo, Goltz, Braghieri e Velázquez; Pizarro, Fritzler, Valeri, Camoranesi e Regueiro; Pavone
Vasco: Fernando Prass, Fágner, Renato Silva, Rodolfo e Thiago Feltri; Rômulo, Felipe, Fellipe Bastos e Diego Souza; Éder Luís e Alecsandro
Juiz: Carlos Amarilla (Paraguai).
Fonte: Globo Online
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