segunda-feira, 16 de abril de 2012

CARLOS ALBERTO REVELA ANSIEDADE NA VOLTA: ' MINHA PERNA TREMEU '.

Carlos Alberto retornou ao time do Vasco.


Na última vez que havia vestido a camisa do Vasco numa partida, Carlos Alberto estava envolvido em polêmicas com jogadores, treinador e até com o presidente. Mas em seu retorno ao clube diante do Nova Iguaçu, o meia teve a certeza de que, apesar de tudo o que viveu no passado recente em São Januário, jamais deixou de ter o apreço da torcida. Isso ficou comprovado durante toda a tarde do último domingo, desde sua chegada até o momento de deixar Moça Bonita.

Sem ritmo de jogo após quatro meses parado, Carlos Alberto usou o carinho do público e a motivação pessoal como combustíveis para uma atuação considerada acima das expectativas nos 45 minutos em que esteve em campo. O "tanque" começou a encher quando o ônibus do Vasco apontou num dos portões do estádio do Bangu. Foi o nome dele que a torcida gritou quando cercou o veículo.

Do pequeno trajeto do estacionamento até a porta do vestiário, Carlos Alberto foi parado com pedido de para autógrafos, fotos e pequenas conversas. Até que ele precisou interromper uma delas para entrar no vestiário dizendo:

- Preciso ir ao banheiro - confessou ele, com um sorriso que comunicava nervosismo e ansiedade.

O primeiro contato com o grande público de Moça Bonita foi no momento em que o Vasco entrou em campo para fazer seu aquecimento. Quando pisou no gramado, dezenas de torcedores se aproximaram da grade pedindo um aceno do ídolo. Durante o primeiro tempo da partida contra o Nova Iguaçu, Carlos Alberto foi chamado à beira do campo pelo preparador físico Rodrigo Poletto quando Juninho sentiu dores na coxa direita. Foram seis minutos de atividade que serviram para que experimentasse a sensação de que tanto falou durante a última semana: aquela do garoto que disputa pela primeira vez uma partida pelos profissionais.

- Minha perna deu uma tremida quando comecei a aquecer naquele momento. Foi muito bom sentir aquela emoção. Afinal, minha vida é isso. Só sei jogar futebol, e eram quatro meses sem disputar uma partida - disse ao fim do jogo.

Quando o Vasco voltou para o intervalo, Carlos Alberto pôde finalmente se realizar. Pouco depois de entrar em campo no lugar de Eder Luis, ouviu todo o estádio gritar seu nome. Em 45 minutos, mostrou disposição, apesar da clara falta de ritmo de jogo, que transformou-se em desgaste físico no fim. Mesmo no péssimo gramado de Moça Bonita, errou apenas um passe dos 17 tentados, sofreu faltas (cinco no total, o maior número individual), buscou tabelas e arriscou duas finalizações. Na primeira, de fora da área, a bola passou perto do ângulo direito de Jefferson. Na segunda, frente a frente com o goleiro do Nova Iguaçu, chutou de pé esquerdo para fora.

Para se lamentar, cobriu o rosto com a camisa. Mas quando olhou novamente em volta, percebeu que o estádio gritava seu nome, o que comprovou o apoio e a compreensão dos vascaínos. Pouco depois de correr e pular em cima de Alecsandro para celebrar o terceiro gol da equipe, Carlos Alberto ouviu o apito final do árbitro. Em vez de rumar logo em direção ao vestiário, o meia permaneceu parado por alguns segundos, como se quisesse que aquela experiêcia durasse mais um pouco. Antes de deixar o gramado, recebeu um abraço de Romulo, um cumprimento de Allan e um outro abraço do médico Albino Pinto.

Escoltado por seguranças e cercado por dezenas de torcedores, Carlos Alberto seguiu para o ônibus praticamente nos braços da torcida do Vasco. Naquele momento, teve a certeza de que, apesar do longo período de ausência, existe carinho de sobra por alguém que pede apenas conforto para a volta ao seu lar.


Fonte: Globo Esporte.com

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