Cristóvão Borges tem número melhor de que Ricardo Gomes |
Cristóvão Borges é autossuficiente. Dispensa assessoria de imprensa para marcar entrevistas e, numa tarde chuvosa, consulta o saldo da conta pela internet. Ontem mesmo, ao atender o telefone, pediu o prazo de 10 segundos ao Jogo Extra para terminar uma operação bancária pelo computador. Confirmava o saldo financeiro, positivo tal como tem sido o da carreira.
Seu aproveitamento como treinador do Vasco já é, no 'photochart', melhor do que o do antecessor, Ricardo Gomes, por uma cabeça: 64,91% contra 64,29%. A melhor tradução do sucesso é a boa largada do Vasco no Campeonato Brasileiro, com 100% de aproveitamento em quatro rodadas. Cavalo paraguaio? Não, um pule de dez na visão otimista de Cristóvão, que, tão cedo, faz sua aposta:
— O Vasco vai disputar o título brasileiro. A história recente mostra que o time não é cavalo paraguaio. Há mais de um ano mostramos regularidade nas competições — lembra.
O tropeço nas quartas de final da Taça Libertadores guarda parte dos segredos.
— Não posso falar muita coisa. Sabe como é... Na liderança, a gente vira alvo e chama a atenção. Alguém vai descobrir... Só posso dizer que na Libertadores a gente conseguiu corrigir e evoluir. A equipe ficou mais forte.
A melhor tática de Cristóvão é o que sai de sua cabeça em forma de voz grave e chega ao coração dos jogadores. Todos correm por suas convicções, até mesmo Felipe, a princípio meio relutante em relação à lateral.
— Quando cheguei ao Vasco, o Felipe não estava alegre, motivado. Não era aquele jogador que conheci no Flamengo (em 2004). De lá para cá, ele já se aborreceu, ameaçou ir embora, discutimos e brigamos. Mas com ele e com os outros, o papo aqui é direto. Fui jogador e sei como é — explica.
A boa fase do Vasco passa pelos pés e pelas contestações de Felipe. E, também, por Juninho Pernambucano. O que parecia ser solução, virou uma equação que Cristóvão acredita ter conseguido resolver: Felipe vai continuar na lateral esquerda.
— Hoje? Sim, Felipe joga na lateral. Conseguimos criar uma forma tática na qual ele pode marcar sem perder a liberdade para ajudar na criação. Fui muito criticado porque todos queriam o Felipe e o Juninho no time. Enquanto tivermos jogos somente nos fins de semana, poderemos contar com os dois no seu melhor nível.
A época é de colheita. Quando, na virada do ano, a diretoria apavorou-se ao perceber que não conseguiria fazer grandes contratações, lá vinha Cristóvão, tranquilo como sempre, mais autossuficiente do que nunca:
— Avisei que a gente só precisava de uma leve reforçada. A base já estava ali.
Fonte: Blog Jogo Extra - Extra
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